Critica
Espetáculo:
TOMO SUAS MÃOS NAS MINHAS
Acompanhando o processo de trabalho do casal de atores: Miriam Freeland e Roberto Bomtempo.
Em comemoração aos 180 anos do nascimento de Anton Tchecov, é encenado no Brasil o texto teatral de Carol Rocamora que aborda os últimos seis anos de vida do autor, paixão e morte, o texto foi desenvolvido a partir de cartas trocadas entre o escritor Anton Tchecov e a atriz Olga Knipper.
Carol Rocamora constitui uma dramaturgia belíssima, envolvente, perspicaz e autentica escrita com a essência das verdadeiras obras de teatro, tendo como handicap maior ter se originado de missivas que revelam o amor sem adjetivos que selou o ocaso da vida do autor e que acompanhou a atriz por toda a longa existência de quase um século.
A Escritora Carol Rocamora realizou um belíssimo trabalho de pesquisa e sensibilidade dramatúrgica para agrupar de forma perspicaz as cartas de Tchecov, realizando assim, a construção de um excelente texto.
Nos é trazido duas criaturas humanas, mergulhadas no turbilhão de uma Moscou e de uma São Petersburgo em fim de século, pois nascia o Teatro de Arte de Moscou sob a orquestração de Constantin Stanislavsky, sendo assim, esses dois seres se mostraram muito comprometidos pela Arte.
No período em que Tchecov conviveu com Olga, realizou alguns dos maiores presentes da história dramatúrgica do teatro ocidental. O Dramaturgo Russo escreveu quatro obras primas consecutivas: A Gaivota, Tio Vânia, As Três Irmãs e O Jardim das Cerejeiras. Anton Tchecov retratou muito bem a humanidade incolor de sua terra e de seu tempo em dramas aparentemente desprovidos de conflito, mais esse conflito ocorria de forma diferenciada, esse conflito ocorria de forma interna.
O Espetáculo: Tomo suas mãos nas minhas com tradução e bela direção de Leila Hipólito e com atores renomados, de notável qualidade que são Roberto Bomtempo e Miriam Freeland, estiveram em cartaz no Rio de Janeiro e no SESC Anchieta em São Paulo.
Um espetáculo que tinha tudo para acontecer em cena, faltou inspiração. Amarrado a técnica os atores pouco se entregaram a emoção que envolvia cada cena. Mas teatro é assim, tem dias que acontece e tem dias que a energia não flui.
Mas sempre vale a pena conferir. SEMPRE! VIVA AO TEATRO! VIVA AO TEATRO BRASILEIRO!
POR: Emerson Natividade