Critica
Espetáculo: DOM JUAN
DOM JUAN de Jean Baptiste Poquelin –
Moliere – (1622 – 1673), com boa tradução de Jorge Coli, encenado por William
Pereira no Teatro Fecomérico em São Paulo, aberto ao publico em 29 de março de
2012.
Dom Juan um personagem sedutor que
transforma o romantismo das relações em puro prazer, comunica e dialoga com uma
plateia ansiosa por excelentes textos e grandes montagens.
Dom Juan comunica com seu narcisismo que
somente o prazer da conquista lhe satisfaz plenamente. Uma menina, uma moça, uma
mulher que cruza o seu caminho, corre sérios riscos, pois será com certeza,
preza fácil para um conquistador libidinoso e astuto. Dom Juan e Esganarelo são
personagens fortes e profundas, que reverberam o psicológico de indivíduos que
constituem uma carência afetiva, deixada muitas vezes pela família ou ausência
da mesma. Transformam-se em desbravadores de corações. Dom Juan e Esganarelo
são uma das duplas mais fantásticas, que compõe a dramaturgia clássica do
teatro europeu (Faz lembrar Dom Quixote de Cervantes), interpretados por dois excelentes
atores: Rodrigo Lombardi e Eduardo Estrela. Elenco de muita qualidade cênica.
Direção muito discutível de William Pereira. Concepção igualmente discutível,
pois, a utilização de espelhos em cena e recursos de cena, talvez não tenha
sido a melhor escolha.
Mas o fato é que Dom Juan é um dos
maiores clássicos da literatura mundial, escrito no século XVII e ainda hoje, é
muito atual, devido à restrita transformação do homem no processo de evolução
do planeta. Vivemos um período de homens e mulheres DOM JUAN.
O
fato é que Dom Juan representa a sociedade, que ainda se encontra muito
distante do autoconhecimento.
Outro fato é que Moliere é um escritor fascinante,
e que talvez DOM JUAN tenha razão quando diz:
“Não vamos nos preocupar com o mal que pode nos acontecer, vamos nos
preocupar com o que pode nos dar prazer.”
Ass.: Emerson Natividade