quinta-feira, 26 de abril de 2012

Critica: Espetáculo: Dom Juan



Critica

Espetáculo: DOM JUAN


      DOM JUAN de Jean Baptiste Poquelin – Moliere – (1622 – 1673), com boa tradução de Jorge Coli, encenado por William Pereira no Teatro Fecomérico em São Paulo, aberto ao publico em 29 de março de 2012.
      Dom Juan um personagem sedutor que transforma o romantismo das relações em puro prazer, comunica e dialoga com uma plateia ansiosa por excelentes textos e grandes montagens.
      Dom Juan comunica com seu narcisismo que somente o prazer da conquista lhe satisfaz plenamente. Uma menina, uma moça, uma mulher que cruza o seu caminho, corre sérios riscos, pois será com certeza, preza fácil para um conquistador libidinoso e astuto. Dom Juan e Esganarelo são personagens fortes e profundas, que reverberam o psicológico de indivíduos que constituem uma carência afetiva, deixada muitas vezes pela família ou ausência da mesma. Transformam-se em desbravadores de corações. Dom Juan e Esganarelo são uma das duplas mais fantásticas, que compõe a dramaturgia clássica do teatro europeu (Faz lembrar Dom Quixote de Cervantes), interpretados por dois excelentes atores: Rodrigo Lombardi e Eduardo Estrela. Elenco de muita qualidade cênica. Direção muito discutível de William Pereira. Concepção igualmente discutível, pois, a utilização de espelhos em cena e recursos de cena, talvez não tenha sido a melhor escolha.
      Mas o fato é que Dom Juan é um dos maiores clássicos da literatura mundial, escrito no século XVII e ainda hoje, é muito atual, devido à restrita transformação do homem no processo de evolução do planeta. Vivemos um período de homens e mulheres DOM JUAN.
       O fato é que Dom Juan representa a sociedade, que ainda se encontra muito distante do autoconhecimento.
      Outro fato é que Moliere é um escritor fascinante, e que talvez DOM JUAN tenha razão quando diz:
     “Não vamos nos preocupar com o mal que pode nos acontecer, vamos nos preocupar com o que pode nos dar prazer.”



Ass.: Emerson Natividade

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