terça-feira, 16 de novembro de 2010

Critica da Cia Estável

O Homem e o Cavalo


Espetáculo da Companhia Estável de Teatro.

Espaço: Arsenal da Esperança – Metrô Bresser / Bairro da Mooca - SP

5ª Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas – São Paulo – Brasil

A Companhia Estável traz um espetáculo que abrange várias linguagens teatrais e artísticas, como o teatro musical, o teatro narrativo, o teatro naturalista, o teatro realista, arcabouços das artes plásticas, entre outras. O Homem e o Cavalo trás a animalização e o zoomorfismo. O Homem e o Cavalo aborda a situação do cidadão a margem da sociedade, que busca uma forma de viver, muitas vezes com nenhum recurso material, mais muitos não perdem a esperança e a fé em um dia melhor. Muitos sobrevivem diante a triste realidade. Crianças sem ter o que comer, sem ter o que vestir e mais, o preconceito, a violência, o roubo, a discriminação, entre outros. “Vagando com pernas e idéias imprecisas, chegamos do trote pro galope”.

O Espetáculo começa com um cidadão brasileiro, que poderia ser chamado de João ou José, como vários existem por este País, que precisa de um RG para adentrar a uma instituição publica, passando por cenas de manifestação popular, bebedeira, violência sexual, roubo e agressão a um deficiente físico. Tudo acontecendo de forma itinerante, ou seja, em vários ambientes, conseqüentemente em cenários diferenciados. Depois seguindo a um palco-arena, várias situações cotidianas acontecem desde o emprego a garis, empresário, jovem de piercing, noiva querendo casar, entre outros. Além do que, depoimentos gravados de moradores do Albergue Arsenal da Esperança. Encontramos variados arquétipos sociais. O que nos faz constatar que o espetáculo tem uma linha bastante realista, onde os excluídos sociais são o foco. O que é claramente perceptível, o sistema político social vivenciado, não é adequado, pois, é preciso que todos tenham uma oportunidade, questão que não é possível ser conquistada no atual sistema.

Um espetáculo magnífico que trás os problemas da sociedade brasileira, interpretado por atores excelentes (Daniela Giampietro, Maria Carolina Dressler, Nei Gomes, Osvaldo Hortencio, Osvaldo Pinheiro e Sandra Santanna) e uma direção precisa por parte de Andressa Ferrarezi. Uma dramaturgia interessante e afinada com o contexto proposto. Por fim, um todo muito bem executado.


16/11/2010

Emerson Natividade
Jornalista, Ator, Dramaturgo, Roteirista e Diretor Teatral.

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